O dia até começou bem, depois dos quase 20 € gastos em telemóvel para ligar para os senhores da DHL para conseguir entender como é que é possível alguém ter recebido a encomenda e assinado com o nome Lenk Gomes, conseguimos finalmente reaver a minha encomenda enviada de Portugal. Estava dois prédios ao lado da nossa residência (era pa despistar) com uma senhora muito simpática que falava inglês pelos cotovelos ou por qualquer outra parte do corpo que dificultava a compreensão.
Depois tivemos a palestra de boas-vindas. Chegamos uma hora atrasados a esta magnífica palestra importantíssima feita exclusivamente para alunos estrangeiros dada unicamente em alemão. Nada que já não estivessemos à espera. Mas o dia continuou a correr maravilhosamente bem, conseguimos convencer os tutores de informatica que as pessoas que não falavam língua de cão estavam em maioria, pelo que fomos (quase) totalmente guiados em inglês. Conhecemos o nosso edifício, os nossos colegas e um sem número de regras de etiqueta importantíssimos e completamente diferente da realidade portuguesa como por exemplo, tratar sempre o professor por você e não por tu.
Depois coisas estranhas começaram a acontecer. Vimos um rapaz na cantina que conseguiu conter o próprio vómito com as mãos durante mais de 50 metros, fomos ao foreigners office exactamente no dia em que este fechava. Mas nós não queriamos acreditar no que ainda estava para vir.
O dia atingiu o seu auge quando eu finalmente recuperei o meu portátil. Afinal já estava arranjado há uns dias. "Mas porque é que nao me ligaram?", "Ah não deu ligação", "Mas porque é que não me mandaram um e-mail?", "Ah! Pois... Voltou para trás!".
Pronto ok não interessa! Já tenho o meu portátil! Finalmente passadas duas semanas já voltei a ter o meu portátil, já posso regressar ao mundo digital, já posso trabalhar, já....
Ok afinal não. What is the odds? Centenas e centenas de quartos nesta residência e eu tenho exactamente o quarto cuja porta do switch não funciona.
Depois de 3 visitas consecutivas ao moço que trata da internet aqui nesta Haus, que até fala inglês e insiste constantemente que eu também sei ladrar como ele, lá o consegui obrigadar a deslocar-se aos meus aposentos para verificar que realmente comigo é sempre algo de mais transcendente que se passa. O moço lá me deixou ficar com a porta de alguém com a condição de que se a pessoa "dona" da porta reclamar eu irei ficar sem net ate o problema ser resolvido.
Baaaahhhh, let's go on... Jantar e ovos feitos pelo Bruno saídos da casca. Realmente achei que deveria aproveitar um bocadinho o tempo que me resta de internet para por algumas coisas em dia. (Re)Começar a trabalhar... Tem que ser... Mas o elevador não funciona. O que raio se passa hoje? Depois de uma hora e pouco no meu quarto a tentar construir a minha 4 frase do dia é que tudo começa a descarrilar. PPPPPPUUUUUUUMMMMMM!!! PPPPPUUUUUUMMMMM!!!
????
WTF? Mas o que é que se passa aqui? Vou à janela e tenho uma gosma branca gigante colada no meu vidro. OOOOWWOOO? Mas o que é isto? Ligo-lhes para lhes contar. O Animé não entende nada do que eu tou a dizer e diz-me que já estão no bar (que depois vim a saber q estavam a caminho do bar mas ainda estavam à porta do apartamento do not).
Eles vão ao bar e já está fechado (fechava à meia noite) e eu peço-lhes pa virem ao meu quarto, mas eles não entendem porque... Chegam e ficamos todos a conspirar sobre o que é aquilo que está no meu vidro...
"Isso foi um pássaro que se aliviou pa cima" dizia um, "Só se for um ganda pássaro", dizia outro.
De repente ouve-se outra vez, PPPPPUUUUMMMM! Mais uma cena gosmenta e estranha está no meu vidro.
Começamos todos a ficar assustados. Chegamos à conclusão que era papel molhado. O Bruno nem queria abrir o vidro mas não era por medo, era por nojo, dizia que era papel urinado e mandando por alguém.
Resolvemos sair e dar uma volta. O Bruno ia sempre à frente e cheio de ânsia de encontrar pessoas para lhes dar uma valente lição! "Se eu os apanho!", dizia ele.
Não encontrámos ninguém, só bancos com molas e churrasqueiras no parque. Estava tudo completamente deserto. De facto, com tantos quartos podiamos contar pelas mãos o número de quartos com luzes acessas.
Para o bem do Animé fomos levá-lo ao comboio em Haupbanhof (leia-se AupBainhóf). Ele estava com medo de perder o tram e quis começar a correr. Obviamente que não o deixamos... "Correr faz-te mal Animé, ainda torces um pé!" dizia o Bruno. Realmente não valia a pena, o nosso amigo apanhou o tram sem problema e nós apanhamos o 3 de volta para a nossa residência.
Ninguém conseguia adormecer e portanto fomos ver um filme. Pode ser o 300! "Sim esse é bom porque não mete muito medo" dizia eu. "Medo... Pffff... És mesmo uma menina" dizia o Bruno.
No final do filme combinamos que eu não me podia deitar sem antes escrever este post aqui.
Mas o dia não tinha acabado, fico-me a perguntar se devo ir de escadas ou de elevador. Tenho medo que ele encrave outra vez. Quando as portas abrem reparo que o chão está completamente coberto de álcool (ou urina segundo o Bruno, aquela que foi usada para enviar as mensagens de papel assustadoras para o meu vidro).
Pronto... Pronto... Vou de escadas! Mas agora tenho mesmo que escrever este post!
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
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